sábado, 15 de novembro de 2008

Diário de Bordo


“In vino Veritas”…

Contudo, não é pelo vinho que tomei há pouco que me atrevo a desafiar, mais uma vez o papel (ou seria o meu laptop ?), para escrever algo. É sobre o sentimento de PRESENÇA que quero partilhar com vocês. E tal como o vinho, ela é verdadeira!

Sob um dos seus ângulos, estar longe significa interromper barreiras físicas. Significa dar cabo de uma situação de pertença física do outro.

É quando tomamos contato com os mais possessivos sentimentos humanos: aqueles que dizem a alto e bom som: “É meu!”. No entanto, ficar longe subentende que o outro responde a esta exclamação desta forma: “Mas eu vou...”.

Acredito que aí reside o nó de um dos nossos problemas. Não temos controle sobre a vida do outro. De fato, a vida dele não nos pertence. E, por isso, muitas vezes o sentimento de pertença física dá lugar, a uma frustração imensa (“Ele(a) não gosta mais de mim...”). Isto porque, insistimos na velha fórmula de que o mundo deve girar ao nosso redor, e que devemos ter controle ao máximo das situações (e poderia dizer também, pessoas) que passam aos nossos olhos.

Por sua vez, estar perto é muito mais do que simplesmente pertencer fisicamente. É estar Presente.

E, nesta ideia de presença, ela não necessita da proximidade física.

Algo que vem do coração (e, também poderia dizer, do centro de nossas emoções), transcende a carne e se esvai pelo ar, para então chegar ao coração do outro, sem que importe este estar perto ou longe fisicamente. É o mais puro exemplo do que é ser sublime em nossas relações pessoais.

Por uma música que lembra algo ou alguém; um sorriso numa fotografia; por uma oração; ou através de uma contemplação ao ambiente, acredito que podemos nos conectar ao outro e curtir a sua presença mesmo estando a quilômetros de distância.

Presença sem Pertença Física, repita-se.

Por ser tão sublime, é difícil de ser decodificada em palavras a Presença que sinto dos que tenho muito carinho. Embora não pertença fisicamente ao ambiente que muitos estão nesse momento, sinto-me, inexplicavelmente, Presente.

O que é muito bom! Porque esse exercício que faço, diariamente, de deixar de Pertencer Fisicamente (e também de querer Ter Fisicamente) a pessoas que sempre tive por perto, dá lugar, gradativamente, a uma Presença enorme e sólida. E, esta sim, é muito mais importante para mim.

Muito boa esta experiência! O que - é bacana também dizer - não me impede de estar Presente aqui... Vivenciando cada segundo dessa minha jornada, e até pertencendo fisicamente a este ambiente que ainda não foi desvendado.

Termino com a excelente música de Zé Kéti e Hortêncio Rocha, lindamente cantada, inicialmente, por Nara Leão, e regravada pela, não menos linda, Fernanda Takai: “Diz que fui por aí”.

Diz que fui por aí

Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando um violão debaixo do braço
Em qualquer esquina, eu paro
Em qualquer botequim, eu entro
E se houver motivo é mais um samba que eu faço
Se quiseres saber se eu volto diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim...
Eu tenho um violão para me acompanhar
Tenho muitos amigos, eu sou popular
Eu tenho a madrugada como companheira
A saudade me dói no meu peito me rói
Eu estou na cidade eu estou na favela
Eu estou por aí sempre pensando nela
Pensando nela... Pensando...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Pato


Este sou Eu,mostrando as aves do Porto (nenhuma me deu mole... gRRRRR)

Ta difícil viu?! Diogo só quer saber de Estudar; as "Tugas" não me dão bola (e olha que até já chamei algumas para tomar um café na margem do Mondego); tá um frio da zorra em Coimbra; putz... assim não dá !!

A gente se vê...

domingo, 2 de novembro de 2008

Diário de Bordo


No último Fim de Semana estive em Porto. Uma cidade encantadora e um vinho ímpar.
Acima, segue uma foto retirada da margem do Rio Douro, que faz divisa da cidade do Porto com Vila Nova de Gaia. Alias, vocês sabiam que o vinho do Porto não é "do Porto", mas, sim, de "Vila Nova de Gaia"? rsrsrs

É que as caves onde ficam armazenados os vinhos "do porto", em verdade, se localizam em Gaia. Bem, mais uma informaçao para a inútil série "Cultura de Sovaco!".

Outra coisa que me chamou a atençao em Porto foi a Igreja de São Francisco. Tal como a igreja que existe em Salvador, é repleta de ouro, o que é uma contradição com as idéias (ops...boto o acento ou não? rsrsrs) da pobreza franciscana. Bem, conversando com minha amiga Renata de Salvador, pude entender um pouco os motivos que levaram a se ter tanto ouro em um templo. Entretanto, ficou comigo a reflexão de que é preciso enxergar Deus além do luxo que esses templos têm.

Aliás, penso eu, essa re-ligação com o Divino precisa ser bastante simples. Sem ostentações e muitos penduricalhos.

Contradizendo tudo o que eu disse acima, não posso deixar de dizer que fiquei um bom tempo da minha visita embasbacado com uma obra na Igreja de São Francisco. É a "Árvore de Jessé", provavelmente talhada por Felipe da Silva e António Gomes, em 1721. Veja ela aqui, e leia sobre ela aqui.

Uma escultura linda e imensa, que, além de toda a simbologia que nela há, traz uma riqueza de detalhes nas expressões de cada personagem que, de fato, foram talhados e pintados a ouro.

Enfim, muito boa a visita!
Quem for ao Porto, não deixe de conhecer.

Até a próxima!

Ps.: O Pato Tinho mandou lembranças. Ele está bem, ainda com ressaca, porque tomou, lá no Porto, da "água que passarinho não bebe, que tubarão não nada". Mas, está tudo bem com ele já.